quinta-feira, 6 de julho de 2006

A Viagem

Dia desses, li um livro
que comparava a vida a uma viagem de trem.
Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada.

Interessante,
porque nossa vida é como uma viagem de trem,
cheia de embarques e desembarques,
de pequenos acidentes pelo caminho,
de surpresas agradáveis com alguns embarques
e de tristezas com os desembarques...

Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que,
acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: nossos pais.

Não é verdade.
Infelizmente, em alguma estação,
eles desembarcam,deixando-nos órfãos de seus carinho, proteção, amor e afeto.

Mas isso não impede que, durante a viagem,
embarquem pessoas interessantes
que virão ser especiais para nós:
nossos irmãos, amigos e amores.

Muitas pessoas
tomam esse trem a passeio.
Outras fazem a viagem
experimentando somente tristezas.
E no trem há, também, outras que passam
de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas.
Outros tantos viajam no trem de tal forma que,
quando desocupam seus assentos,
ninguém sequer percebe.

Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros
acomodam-se em vagões diferentes do nosso.

Isso nos obriga a fazer essa viagem separados dele.
Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade,
atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles.
O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado,
pois outra pessoa estará ocupando esse lugar.

Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas,
embarques e desembarques.
Sabemos que esse trem jamais volta.

Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom
relacionamento com todos, procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando
sempre que, em algum momento do trajeto poderão fraquejar,
e, provavelmente, precisaremos entender isso.

Nós mesmos fraquejamos algumas vezes.
E, certamente, alguém nos atenderá.

O grande mistério
é que
não sabemos
em qual
parada
desceremos.

E fico pensando:
quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim.
Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste.
Separar-me dos amigos que nele fiz,
do amor da minha vida, será para mim dolorido.

Mas me agarro na esperança de que,
em algum momento, estarei na estação principal,
e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem,
que não tinham quando embarcaram.

E o que me deixará feliz é saber que,
de alguma forma, eu colaborei para que
essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa.

Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e
desembarquem pessoas.
Minha expectativa aumenta,
à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...

Quem entrará? Quem sairá?

Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem,
não só como a representação da
morte, mas, também, como término de uma história,
de algo que duas ou mais pessoas construíram
e que, por um motivo ínfimo, deixaram desmoronar.

Fico feliz em perceber que certas pessoas como nós,
têm a capacidade de reconstruir para recomeçar.

Isso é sinal de garra e de luta, é saber viver,
é tirar o melhor de “todos os passageiros”.

Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem, e por mais que
nossos assentos não estejam lado a lado,
com certeza, o vagão é o mesmo.

09- 05-2006

Neste encontro com os professores foram trabalhados os textos "Biblioteca na Escola" de Graça Maria Fragoso e "Leitura: da biblioteca da escola ao lar" de Valmir Aparecido Contiero. A partir dos textos foi elaborado o quadro sobre "As Características e Funções das Bibliotecas Escolares".
Após, o escritor, jornalista e ilustrador Márcio Vassalo descorreu sobre Mario Quintana e sua obra.